1 – O que é Agricultura Regenerativa?
A agricultura regenerativa é um conjunto de práticas agrícolas que busca não apenas minimizar os danos ao meio ambiente, mas restaurar a saúde do solo, da biodiversidade e dos ecossistemas. Ao contrário da agricultura convencional, que muitas vezes resulta na degradação do solo e no uso excessivo de insumos externos, a agricultura regenerativa promove o uso de métodos naturais e sustentáveis para fortalecer a natureza e aumentar a produtividade a longo prazo.
Princípios da Agricultura Regenerativa:
- Saúde do Solo: O foco principal é a regeneração do solo, por meio de técnicas como o plantio direto, rotação de culturas e uso de compostagem. Esses métodos aumentam a fertilidade e a capacidade do solo de reter água.
- Diversidade e Polifonia: A agricultura regenerativa valoriza a biodiversidade, incentivando a convivência de várias espécies, tanto de plantas quanto de animais, para garantir um ecossistema equilibrado.
- Integração de Sistemas: Promove a integração entre diferentes atividades agrícolas e a natureza, como o cultivo de hortas com plantas que atraem polinizadores e a utilização de sistemas agroflorestais.
- Práticas Holísticas: Envolve uma abordagem que considera a saúde de todo o ecossistema, incluindo a recuperação de áreas degradadas, o controle de pragas de maneira natural e a preservação dos recursos hídricos.
Diferença entre Agricultura Convencional e Regenerativa:
A principal diferença entre a agricultura convencional e a regenerativa está no foco das práticas utilizadas. A agricultura convencional, em geral, se baseia no uso intensivo de fertilizantes químicos, pesticidas e monoculturas, o que pode levar à erosão do solo, contaminação da água e perda de biodiversidade. Em contraste, a agricultura regenerativa trabalha com a natureza, utilizando técnicas que restabelecem os recursos naturais, mantendo a saúde do solo e aumentando sua capacidade de retenção de carbono.
Benefícios para o Solo, Biodiversidade e Comunidade Rural:
A agricultura regenerativa oferece benefícios profundos e de longo prazo para o solo. Ela não só melhora sua fertilidade e estrutura, mas também aumenta sua capacidade de reter carbono, ajudando a mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Com a regeneração do solo, há também um aumento na biodiversidade local, pois diferentes culturas e animais convivem harmoniosamente, promovendo a saúde ecológica.
Para a comunidade rural, a agricultura regenerativa cria um ciclo virtuoso de sustentabilidade, pois permite que os agricultores se tornem menos dependentes de insumos externos e mais resilientes frente a desafios climáticos. Além disso, promove um modelo de agricultura que respeita as tradições locais e valoriza a colaboração entre os produtores, criando redes de apoio que fortalecem as economias rurais.
A agricultura regenerativa é, portanto, uma proposta inovadora que busca transformar a maneira como cultivamos, respeitando o equilíbrio ecológico e criando sistemas agrícolas mais resilientes e prósperos.
2 – Como Avaliar as Necessidades da Sua Propriedade Rural
Avaliar as necessidades de uma propriedade rural é um passo fundamental para implementar práticas de agricultura regenerativa e garantir a sustentabilidade a longo prazo. Para isso, é essencial compreender o estado atual do solo, da água e dos ecossistemas presentes na sua propriedade. A seguir, vamos explorar como realizar essa avaliação e a importância de um diagnóstico inicial bem feito.
1. Compreendendo o Estado Atual do Solo, Água e Ecossistemas
O solo é a base de toda atividade agrícola, e sua saúde impacta diretamente a produtividade e a biodiversidade. Para avaliar a qualidade do solo, é preciso observar características como a textura, a acidez (pH), a presença de nutrientes e matéria orgânica. Além disso, deve-se avaliar o manejo do solo, como a presença de compactação, erosão ou outros sinais de degradação.
A água é outro recurso vital que precisa ser cuidadosamente monitorado. A quantidade disponível, a qualidade e o uso eficiente da água são pontos a serem analisados. Uma avaliação hídrica bem realizada ajuda a evitar o desperdício e a garantir que as necessidades da propriedade sejam atendidas de forma sustentável.
Os ecossistemas presentes, como a fauna e a flora, também precisam ser observados. A presença de diversas espécies é um indicativo da saúde ambiental da propriedade. Além disso, o uso de práticas que favoreçam a biodiversidade é essencial para manter o equilíbrio e a resiliência dos ecossistemas.
2. Ferramentas e Métodos de Diagnóstico
Existem diversas ferramentas e métodos para realizar esse diagnóstico. A análise de solo, por exemplo, pode ser feita por meio de coleta de amostras e envio para laboratórios especializados. Os resultados dessa análise fornecerão informações valiosas sobre o pH, os níveis de nutrientes e a textura do solo, auxiliando na correção e melhoria das condições para o cultivo.
Além disso, a observação da fauna e flora local é uma prática simples, mas eficaz. Monitorar as espécies de plantas e animais presentes pode fornecer insights sobre a saúde do ambiente. A presença de determinadas plantas, como as leguminosas, pode indicar um solo fértil, enquanto a ausência de polinizadores pode ser um sinal de desequilíbrio ambiental.
3. Importância do Diagnóstico Inicial para um Planejamento Adequado
Realizar um diagnóstico inicial detalhado é crucial para o sucesso de qualquer plano de manejo sustentável. Compreender as condições atuais da propriedade permite tomar decisões informadas e direcionar os recursos para as áreas mais necessitadas. Além disso, esse diagnóstico ajuda a identificar práticas específicas de regeneração para cada parte da propriedade, considerando as necessidades do solo, da água e dos ecossistemas.
Ao realizar esse diagnóstico, você também poderá estabelecer metas claras de curto, médio e longo prazo, o que permitirá acompanhar a evolução da propriedade ao longo do tempo e ajustar as práticas conforme necessário.
Em resumo, a avaliação das necessidades da sua propriedade rural deve ser um processo contínuo e detalhado, que leva em consideração todos os aspectos do ambiente. Com o diagnóstico correto, você estará no caminho certo para implementar práticas regenerativas eficazes e garantir a sustentabilidade da sua propriedade.
3. Práticas de Agricultura Regenerativa
a) Cobertura do Solo
A cobertura do solo é uma técnica essencial na agricultura regenerativa, que visa proteger o solo contra a erosão e promover sua saúde a longo prazo. O uso de cultivos de cobertura ajuda a manter a umidade do solo, reduzindo a evaporação e a compactação. Além disso, essas plantas podem melhorar a estrutura do solo, aumentando a infiltração de água e a biodiversidade microbiana.
Exemplos de plantas de cobertura eficazes:
- Climas temperados: Aveia, centeio e trevo vermelho são opções ideais para áreas de clima temperado.
- Climas tropicais: Feijão-de-porco e milheto são excelentes para climas quentes e úmidos.
- Solo arenoso: Leguminosas como o feijão-guandu ajudam a fixar nitrogênio e a melhorar a qualidade do solo.
- Solo argiloso: O uso de ervas como a ervilhaca e a mostarda pode ajudar a quebrar a compactação do solo.
b) Rotação de Culturas
A rotação de culturas é uma prática fundamental para evitar o esgotamento dos nutrientes do solo e minimizar a propagação de pragas e doenças. Ao alternar as culturas ao longo dos ciclos, o solo é tratado de forma equilibrada, permitindo que ele se recupere e mantenha sua fertilidade.
Benefícios da rotação de culturas:
- Previne o acúmulo de pragas e doenças específicas.
- Promove a recuperação dos nutrientes do solo.
- Ajuda na diversificação do ecossistema agrícola, reduzindo a dependência de fertilizantes químicos.
Planejando a rotação de culturas: É importante considerar as necessidades nutricionais das plantas e os tipos de raízes de cada cultura. Uma rotação bem planejada deve incluir legumes, grãos e vegetais que alterem as exigências de nutrientes e promovam a fixação de nitrogênio no solo.
c) Agrofloresta
A agrofloresta é uma abordagem integradora que mistura árvores perenes com cultivos agrícolas, criando um ecossistema mais equilibrado e resiliente. Além de aumentar a biodiversidade, as árvores ajudam a proteger o solo e a melhorar a qualidade da água, enquanto fornecem sombra e alimentos para os cultivos.
Exemplos de espécies para agrofloresta:
- Árvores frutíferas: Macieiras, pessegueiros e goiabeiras são excelentes opções que podem ser cultivadas junto com vegetais.
- Espécies nativas: Árvores como o ipê e o jatobá podem ser introduzidas para promover a biodiversidade e proteger o solo.
- Árvores fixadoras de nitrogênio: O mimoso e o guandu são ótimas opções para melhorar a qualidade do solo.
d) Compostagem e Biofertilizantes
A compostagem é uma técnica fundamental para reciclar resíduos orgânicos e transformá-los em matéria orgânica de alta qualidade para enriquecer o solo. Já os biofertilizantes são substâncias naturais que promovem a saúde do solo e das plantas, aumentando a disponibilidade de nutrientes e a atividade microbiana.
Produção de compostagem de qualidade: É essencial usar uma mistura balanceada de materiais verdes (ricos em nitrogênio) e marrons (ricos em carbono), como restos de alimentos e folhas secas. A compostagem deve ser mantida úmida e arejada para garantir a decomposição adequada.
Diferença entre fertilizantes sintéticos e naturais: Os fertilizantes sintéticos fornecem nutrientes imediatos, mas podem prejudicar a biodiversidade do solo a longo prazo. Já os fertilizantes naturais, como o composto e os biofertilizantes, melhoram a saúde do solo, estimulando a atividade biológica e promovendo a regeneração natural.
e) Pastoreio Rotacionado
O pastoreio rotacionado é uma prática em que o gado é movido entre diferentes áreas de pastagem, permitindo que o solo se recupere enquanto as plantas se regeneram. Esse método ajuda a evitar a superexploração das pastagens e contribui para a melhoria da biodiversidade e a saúde do solo.
Contribuições para a regeneração do solo:
- Aumenta a matéria orgânica do solo, promovendo a estruturação e a retenção de água.
- Estimula o crescimento de plantas forrageiras nativas, aumentando a biodiversidade.
- Reduz a compactação do solo e previne a erosão.
Exemplos práticos de implementação:
- Dividir a área de pastagem em piquetes menores e mover o gado entre eles, garantindo que cada piquete tenha tempo suficiente para se recuperar.
- Monitorar o estado da vegetação e do solo para ajustar os períodos de pastoreio e descanso.
Essas práticas, quando aplicadas corretamente, contribuem para a regeneração do solo, aumentam a produtividade e ajudam a criar um sistema agrícola mais sustentável e equilibrado.
4 – A Importância da Diversidade na Agricultura Regenerativa
A biodiversidade é o alicerce de um ecossistema agrícola saudável e resiliente. Na agricultura regenerativa, promover a diversidade de flora e fauna não é apenas uma escolha, mas uma necessidade para restaurar e manter a saúde do solo, melhorar a produtividade e aumentar a resistência aos desafios ambientais. A diversidade biológica permite que o solo seja mais equilibrado, com microorganismos benéficos e nutrientes essenciais sendo constantemente renovados.
A Biodiversidade e a Saúde do Ecossistema Agrícola
Quando diversas espécies de plantas e animais convivem em harmonia, elas desempenham funções vitais no ecossistema agrícola. Plantas nativas, por exemplo, são adaptadas ao ambiente local, requerendo menos insumos externos e melhorando a qualidade do solo. Elas também ajudam a evitar a erosão e atraem uma variedade de polinizadores, como abelhas, borboletas e outros insetos benéficos.
Além disso, a fauna nativa, como aves, pequenos mamíferos e predadores naturais, controla pragas e ajuda no equilíbrio ecológico. Esses organismos auxiliam na preservação da biodiversidade e diminuem a necessidade do uso de pesticidas e fertilizantes químicos, tornando a produção mais sustentável.
Como Promover a Diversidade na Propriedade Rural
Há diversas maneiras de fomentar a diversidade em uma propriedade rural:
- Plantas Nativas: Cultivar espécies nativas contribui para a preservação da flora local e atrai a fauna nativa, além de melhorar a saúde do solo e ajudar na retenção de água.
- Áreas de Refúgio para Animais: Criar espaços como corredores ecológicos ou pequenas reservas de vegetação natural oferece abrigo para polinizadores e predadores naturais.
- Diversificação de Cultivos: Ao adotar sistemas agroecológicos com uma variedade de culturas, como hortas misturadas ou agroflorestas, é possível aumentar a resistência ao ataque de pragas e melhorar a fertilidade do solo.
- Incentivo aos Polinizadores: Plantar flores que atraem abelhas e borboletas, como girassóis, lavanda e margaridas, ajuda a promover a polinização e, consequentemente, a produtividade das plantas cultivadas.
- Integração de Animais no Sistema: A presença de animais, como galinhas e pequenos ruminantes, pode ser benéfica para o controle de ervas daninhas e a fertilização do solo, criando um ciclo natural de nutrição e controle de pragas.
Promover a biodiversidade não só melhora a saúde e a sustentabilidade dos sistemas agrícolas, mas também fortalece a resistência das propriedades rurais contra as mudanças climáticas e as adversidades do mercado. A agricultura regenerativa, ao integrar diversos componentes da natureza, cria um ciclo virtuoso de harmonia entre o ser humano e o meio ambiente.
5 – Como Gerenciar os Recursos Hídricos na Agricultura Regenerativa
A gestão eficiente dos recursos hídricos é um dos pilares fundamentais da agricultura regenerativa, que busca promover práticas que favoreçam a saúde do solo e a biodiversidade, ao mesmo tempo em que minimizam os impactos ambientais. O uso consciente da água não só garante a sustentabilidade das culturas, mas também previne o desperdício e preserva esse recurso vital para as futuras gerações.
Práticas para Otimizar o Uso da Água e Evitar Desperdícios
Captação de Água da Chuva: A captação da água da chuva é uma solução eficaz para reduzir a dependência de fontes externas e economizar no consumo de água potável. Instalar sistemas de captação, como cisternas ou barris, pode ser uma alternativa simples e de baixo custo. Essa água pode ser usada para irrigação, lavagem de equipamentos ou outras necessidades da propriedade agrícola, promovendo uma maior resiliência durante períodos de seca.
Irrigação Eficiente: A irrigação por gotejamento, uma das técnicas mais utilizadas na agricultura regenerativa, é uma forma eficiente de distribuir água diretamente nas raízes das plantas, reduzindo a evaporação e o desperdício. Sistemas de irrigação bem projetados e calibrados garantem que cada planta receba a quantidade necessária de água, sem excessos que poderiam prejudicar o solo ou as culturas.
Outra alternativa importante é a irrigação por microaspersão, que distribui a água de maneira uniforme e reduz a evaporação, além de permitir a irrigação de áreas específicas com necessidade maior de água.
Técnicas de Conservação de Água no Solo
Cobertura Vegetal (Mulching): A aplicação de uma camada de cobertura orgânica no solo ajuda a reduzir a evaporação, mantendo a umidade do solo por mais tempo. O mulching também melhora a estrutura do solo e favorece a atividade biológica, o que contribui para a retenção de água.
Práticas de Agricultura de Conservação: O uso de técnicas como o plantio direto e a rotação de culturas favorece a estruturação do solo, aumentando sua capacidade de retenção de água. Quando o solo é manejado adequadamente, com pouca perturbação, a infiltração de água é mais eficiente e o risco de erosão é reduzido.
Infiltração Controlada: A construção de sistemas de infiltração, como valas ou bacias de retenção, pode ajudar a direcionar a água para áreas do solo que necessitam de mais hidratação, reduzindo o escoamento superficial e permitindo que a água se infiltre naturalmente, recarregando o lençol freático.
Ao adotar essas práticas na agricultura regenerativa, é possível não apenas otimizar o uso da água, mas também melhorar a qualidade do solo e a produtividade das culturas, criando um ciclo sustentável que beneficia tanto os agricultores quanto o meio ambiente.
6. Capacitação e Apoio Técnico
A implementação bem-sucedida de práticas de agricultura regenerativa exige não apenas dedicação, mas também um aprendizado contínuo. Como um campo em constante evolução, a agricultura regenerativa demanda que os agricultores e profissionais da área se mantenham atualizados sobre novas técnicas, tecnologias e metodologias. Investir em capacitação é fundamental para entender a fundo os princípios da regeneração do solo, a biodiversidade, o manejo de recursos naturais e como integrar esses elementos de maneira eficiente.
Cursos, workshops e treinamentos especializados são ótimas formas de ampliar o conhecimento e garantir que a aplicação das práticas seja eficaz. Além disso, a troca de experiências com outros profissionais do setor pode ser um grande diferencial no processo de implementação. A agricultura regenerativa envolve práticas inovadoras, e aprender com quem já vivencia esses métodos pode fazer toda a diferença.
Existem diversas fontes de apoio técnico, desde consultorias especializadas até programas governamentais e de organizações não governamentais que incentivam práticas sustentáveis. Consultorias oferecem serviços personalizados, adaptando as técnicas de regeneração às especificidades do solo e clima local. Além disso, programas de incentivo à agricultura regenerativa, como subsídios, linhas de crédito e assistência técnica, são oferecidos por entidades públicas e privadas. Buscar esses apoios pode ser uma maneira estratégica de reduzir custos iniciais e garantir uma implementação eficiente e sustentável das práticas.
Portanto, nunca subestime o poder da capacitação e da rede de apoio técnico disponível. Com o conhecimento certo e os recursos adequados, a transição para a agricultura regenerativa pode ser mais tranquila e eficaz.
7. Superando Desafios e Obstáculos
Ao implementar práticas de agricultura regenerativa, seja em um pequeno espaço como uma estufa portátil ou em grandes áreas, existem vários desafios a serem superados. Aqui estão alguns dos principais obstáculos que podem surgir e as estratégias para enfrentá-los:
Possíveis Desafios na Implementação:
- Custo Inicial: A implementação de sistemas agrícolas regenerativos, como estufas portáteis e outras tecnologias sustentáveis, pode envolver um custo inicial significativo. Materiais de qualidade, equipamentos específicos e até mesmo mão de obra especializada podem ser caros.
Estratégia para superar:
- Buscar financiamento, como empréstimos verdes ou subsídios governamentais para práticas sustentáveis.
- Começar com uma versão mais simples e expandir conforme os resultados e a viabilidade financeira.
- Explorar soluções de baixo custo, como compostagem caseira e uso de resíduos orgânicos como fertilizantes.
- Falta de Conhecimento: A agricultura regenerativa envolve um conjunto de práticas e conhecimentos novos para muitas pessoas, especialmente aquelas acostumadas com métodos convencionais. A falta de familiaridade com técnicas como rotação de culturas, uso de biofertilizantes ou controle biológico pode ser uma barreira.
Estratégia para superar:
- Investir em cursos, workshops e eventos de formação contínua sobre agricultura regenerativa.
- Consultar profissionais especializados que possam ajudar na adaptação do sistema.
- Participar de comunidades online ou locais de agricultores regenerativos para trocar experiências e aprender de maneira prática.
- Resistência a Mudanças: Muitos agricultores ou pessoas que cultivam em casa podem ser relutantes em adotar novas abordagens por causa do medo de falhar ou da incerteza sobre os resultados. Mudanças nos métodos de cultivo e na forma de pensar podem gerar resistência.
Estratégia para superar:
- Mostrar dados e estudos de caso que comprovem os benefícios a longo prazo da agricultura regenerativa, como maior produtividade e preservação ambiental.
- Começar com projetos piloto menores para demonstrar os resultados antes de implementar em larga escala.
- Promover a troca de experiências entre colegas, criando um ambiente de aprendizado colaborativo.
Estratégias para Garantir Sucesso a Longo Prazo:
- Monitoramento e Avaliação Contínuos: Implementar sistemas de monitoramento para avaliar continuamente a saúde do solo, o uso da água e a produtividade. Isso ajudará a ajustar as práticas conforme necessário e garantir que a agricultura regenerativa seja eficaz a longo prazo.
- Adoção de Tecnologias Inovadoras: Explorar novas tecnologias que complementem as práticas regenerativas, como sistemas de irrigação eficiente, sensores de umidade do solo, ou até mesmo o uso de inteligência artificial para otimização de recursos.
- Educação e Envolvimento da Comunidade: Engajar a comunidade local e outros agricultores no processo, promovendo o compartilhamento de conhecimento e a adaptação gradual às novas práticas. Quanto mais pessoas entenderem os benefícios e se envolverem, mais fácil será superar os desafios.
8. Exemplos de Sucesso na Agricultura Regenerativa
Superar esses desafios exigirá paciência, persistência e adaptação, mas com as estratégias corretas, a agricultura regenerativa pode se tornar uma prática sustentável e de sucesso, tanto financeiramente quanto ambientalmente.
Aqui estão alguns exemplos de sucesso na agricultura regenerativa que podem inspirar e trazer lições valiosas para quem deseja adotar essas práticas:
1. Fazenda Polyface (EUA)
A Polyface Farm, liderada por Joel Salatin, é uma das mais conhecidas no movimento de agricultura regenerativa. Salatin implementou práticas como pastoreio rotacionado, integrando animais com cultivos e compostagem natural, o que aumentou a fertilidade do solo e a biodiversidade.
Lições aprendidas:
- Diversificação de culturas e sistemas: Integrar animais, plantas e até diferentes tipos de cultivos promove resiliência e equilíbrio ecológico.
- Pastoreio rotacionado: Ao mover os rebanhos periodicamente, o solo não é superutilizado, permitindo a regeneração natural.
2. Fazenda Fazenda da Toca (Brasil)
A Fazenda da Toca, em São Paulo, é um exemplo de sucesso no Brasil. A fazenda trabalha com sistemas agroflorestais, cultivos regenerativos e produção de alimentos orgânicos. Eles incorporaram o uso de compostagem e a agricultura biodinâmica, promovendo a fertilidade e a saúde do solo.
Lições aprendidas:
- Agroflorestas e biodiversidade: Sistemas agroflorestais oferecem uma forma eficiente de recuperação de solos degradados, aumentando a diversidade e a produtividade.
- Resiliência e adaptação: As práticas de manejo adaptativo são essenciais para lidar com as mudanças climáticas e aumentar a produtividade.
3. Gabe Brown (EUA)
Gabe Brown é pioneiro na prática de agricultura regenerativa na Dakota do Norte. Ele implementou técnicas como cultivo direto, rotacionamento de pastagem, plantio de cobertura e compostagem, transformando sua fazenda, que estava em risco de degradação, em um modelo de produtividade e regeneração.
Lições aprendidas:
- Cobertura do solo: Plantar culturas de cobertura ajuda a proteger o solo contra erosão e a manter os nutrientes, favorecendo a biodiversidade.
- Saúde do solo e compostagem: Melhorar a saúde do solo com compostagem reduz a dependência de insumos externos e cria sistemas agrícolas mais sustentáveis.
4. A Fazenda Orgânica de Regeneração (Espanha)
Esta fazenda na Espanha adota práticas regenerativas como o uso de cercas vivas, sistemas agroecológicos, rotação de culturas e cultivos de cobertura. Ao longo dos anos, ela conseguiu recuperar áreas agrícolas anteriormente degradadas e agora produz alimentos de maneira mais eficiente e sustentável.
Lições aprendidas:
- Gestão de água: A conservação da água através de técnicas como a captação de água da chuva e o manejo eficiente do solo tem sido essencial.
- Sistemas agroecológicos: Investir em biodiversidade e equilíbrio ecológico dentro da fazenda cria um sistema resiliente e produtivo.
5. O Caso da Fazenda Regen (Austrália)
Na Austrália, a Fazenda Regen aplicou práticas regenerativas para restaurar solos degradados. Com o uso de pastoreio controlado, plantio de cobertura, compostagem e integração de sistemas agroflorestais, a fazenda restaurou a saúde do solo e aumentou a biodiversidade.
Lições aprendidas:
- Monitoramento contínuo: A importância de monitorar o impacto das práticas para ajustar as estratégias conforme necessário.
- Comprometimento de longo prazo: A regeneração do solo e o aumento da biodiversidade exigem uma abordagem de longo prazo e paciência.
Como aplicar essas lições na sua propriedade:
- Diversificação: Não dependa de uma única fonte de renda ou cultivo. A diversificação de plantas, animais e sistemas é essencial para aumentar a resiliência.
- Adote práticas regenerativas gradual e adaptativamente: Comece com pequenas mudanças, como o uso de culturas de cobertura ou a introdução de rotação de pastagem, e ajuste conforme observa os resultados.
- Foque na saúde do solo: O solo saudável é a base para qualquer prática agrícola regenerativa. Invista em compostagem, rotação de culturas e cobertura do solo.
- Acompanhamento constante: Registros detalhados e monitoramento contínuo do solo, da vegetação e do clima podem ajudar a tomar decisões informadas.
Esses casos demonstram que a agricultura regenerativa é uma opção viável para aqueles que buscam não apenas melhorar a produtividade, mas também contribuir para a regeneração dos ecossistemas e para a sustentabilidade a longo prazo.